VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: CONSEQUÊNCIAS DO MACHISMO DENTRO DE HOSPITAIS
- Baianidade News
- 26 de mai. de 2022
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Imagem/Reprodução: Revista Interface
Por: Ian Mamédio
Muito se fala sobre a violência obstétrica mas poucos sabem o que o termo significa e o peso que carrega. Segundo o portal 'Não Se Cale' “A violência obstétrica é um tipo de violência contra a mulher praticada pelos profissionais da saúde, que se caracteriza pelo desrespeito, abusos e maus-tratos durante a gestação e/ou no momento do parto, seja de forma psicológica ou física".
Ainda segundo o texto do portal Não Se Cale "A violência obstétrica contribui para a manutenção dos altos índices de mortalidade materna e neonatal no país. Toda mulher tem o direito de ser protagonista na hora do parto e ter autonomia total sobre seu próprio corpo, tendo suas vontades e necessidades respeitadas".
De acordo com uma matéria publicada no portal da Assembleia Legislativa do estado de Sergipe "Violência obstétrica são xingamentos, recusa de atendimento, realização de intervenções e procedimentos médicos não necessários, como exame de toque a todo momento, grandes episiotomias (incisão efetuada na região do períneo) ou cesáreas desnecessárias, durante o pré-natal ou até mesmo durante o parto".
Em entrevista para a revista UOL, Luise de Araújo de 27 anos, contou ter sido vítima de negligência por parte da médica e das enfermeiras que a atenderam durante o trabalho de parto, tendo sido tratada com descaso e recebido um diagnóstico equivocado por parte da médica
"Com muita dor, eu seguia pedindo pela cesárea e as enfermeiras diziam que estavam agendando, mas piscavam entre elas. Em um momento, falei que sabia que elas estavam mentindo. A médica, furiosa, disse: 'onde já se viu? Estou aqui me esforçando por você. Como fala isso de mim?' e saiu batendo a porta".
Além disso, Luíse contou também que após esse momento, sentiu muitas dores e teve o pedido negado quando solicitou por anestesia.
Mas Luise infelizmente não está sozinha, 25% das mulheres já sofreram com a violência obstétrica no Brasil segundo a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, da Fundação Perseu Abramo. De acordo com o levantamento Nascer no Brasil realizado pelo Instituto FIOCRUZ a violência obstétrica atinge 30% das mulheres em hospitais privados e 45% nos hospitais públicos.
Essa violência traz consequências psicológicas e físicas para as mulheres após o parto, indo desde relatos de depressão pós parto até mulheres que chegaram a perder seus filhos ou a própria vida por conta do descaso e da falta de preparo dos profissionais da área, com isso, na ultima década o número de pessoas se manifestando dentro e fora de suas redes sociais tem crescido expressivamente, cobrando ações governamentais e pedindo pelo preparo adequado de obstetras para que cada vez menos mulheres tenham que passar por situações de violência em locais que deveriam ser acolhidas.
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