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Uma Nova Esperança: O que Aguardar para o Futuro dos Transplantes de Órgãos?


(Foto/reprodução: Unplash)


As novas tecnologias que trazem esperança para quem está na fila de doação.


O Brasil é o país com um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo, tendo 88% dos procedimentos financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda assim, existem muitos problemas que afetam essa área e a vida de milhões de pessoas. Em 2022 voltou a crescer o número de doadores que desde o início da pandemia da COVID-19 estava em queda, tendo o estado da Bahia perdido metade do seu número de voluntários. Cientistas vêm desenvolvendo pesquisas para encontrar outras formas de realizar transplantes e evitar a escassez dos bancos de órgãos. Entre elas, a utilização de órgãos feitos em impressoras 3D e de suínos.


Os estudos envolvendo impressão de órgãos estão crescendo. No Brasil existem diversos laboratórios que trabalham com sucesso na bioimpressão, sendo possível a fabricação de tecidos de pele e cartilagens que são utilizados para procedimentos estéticos. Os pesquisadores estão trabalhando para que em um futuro próximo, seja possível a produção de órgãos funcionais e sob medida para cada pessoa, salvando a vida de diversos pacientes.


O Instituto de Biociência da USP desenvolveu uma técnica que combina células-tronco e impressão 3D, que produz tecidos hepáticos para serem utilizados em transplantes. O método utiliza células do sangue, que são reprogramadas e transformadas em células-tronco permitindo a produção de tecidos a partir do sangue do paciente.


Em entrevista ao G1, o diretor de saúde da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Walmoli Gerber Junior falou sobre o uso no Brasil dos órgãos impressos “temos empresas, startups que estão desenvolvendo tecnologia de bioimpressão hoje em dia para aplicação de testes em medicamentos, a simulação de tumor, e ao invés de aplicar uma droga direto no ser humano, produz esse tumor em uma impressora 3D, aplica a droga e vê o resultado. Isso ajuda muito o médico a simular a cirurgia e procedimentos e ter sucesso maior”, conta o diretor.


Outro método que está em desenvolvimento é a utilização de órgãos de porcos para transplantes em humanos. Previsões indicam que procedimentos do tipo podem começar a ocorrer a partir de 2025. A possibilidade de conquistarem resultados positivos acontece devido a uma modificação dos genes do animal (que já possuem alguns órgãos semelhantes aos dos humanos), visando evitar a rejeição pelo corpo do receptor. Especialistas acreditam que os primeiros transplantes serão de rins, onde não será necessário a retirada do rim humano, para que em caso de alguma intercorrência o órgão do paciente seja “religado”.


A geneticista Mayana Zatz em entrevista à Folha de S. Paulo falou um pouco sobre o investimento que o governo de São Paulo fez juntamente com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a startup XenoBrasil, para a construção de uma estrutura de pesquisa na USP, onde será estudado os xenotransplantes e contará com uma pig facility (biotério para criação de porcos), além de explicar o funcionamento da tecnologia que possibilitará essa modalidade de transplantes.


“Se a gente transplanta o órgão de um suíno para um ser humano, ocorre uma rejeição aguda. Com a tecnologia, foi possível silenciar três genes principais dos suínos que são responsáveis por essa rejeição aguda. Esses genes foram silenciados, não existem mais nos embriões que criamos. Uma vez que esteja pronta a pig facility, acredito que em um ano talvez seja suficiente para fazer os primeiros transplantes”, afirma a geneticista.

Atualmente na Bahia existe uma grande demanda para os transplantes de órgãos. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no início de 2022, mais de 2,2 mil pessoas estavam na fila de doação, sendo 1244 para rim, 943 para córnea, 26 para fígado e 1 para coração.


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